quinta-feira, 21 de março de 2013

O coveiro

Uma tarde de abril suave e pura Visitava eu somente ao derradeiro Lar; tinha ido ver a sepultura De um ente caro, amigo verdadeiro. Lá encontrei um pálido coveiro Com a cabeça para o chão pendida; Eu senti a minh’alma entristecida E interroguei-o: "Eterno companheiro Da morte, que matou-te o coração?" Ele apontou para uma cruz no chão, Ali jazia o seu amor primeiro! Depois, tomando a enxada gravemente, Balbuciou, sorrindo tristemente: - "Ai! Foi por isso que me fiz coveiro!" Augusto dos Anjos

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